Certamente, para muitos que se atrevam responder tal questionamento, a culpa é do povo brasileiro, pois, afinal de contas, é ele que elege, diretamente, aqueles que integram a alta cúpula de pelo menos dois poderes – (Executivo e Legislativo, aqui nas duas casas) e a eles, os eleitos, delega o poder para escolherem ou vetarem os nomes daqueles que compõem a outra casa, a do Judiciário, esses com mandatos quase que vitalícios.

A pergunta acima nos veio à mente, após nestes dois últimos dias, 7 e 8 de setembro, assistirmos, inclusive, através das redes oficiais de comunicação, as programações que deveriam ter se voltado para o momento de reflexão sobre o que significa para nós outros, brasileiros comuns, pagantes de impostos, os 200 anos que nos separam daquele dia em que, conforme nos ensinaram desde criança, este país se tornou independente (7 de setembro de 1822).

E isto queiram ou não, espelha a verdade! Somos sim, independentes e tão independentes que neste ano de 2022, as comemorações oficiais em honra de nossa independência se deram em dois capítulos: um nas ruas, com zilhões de brasileiros e brasileiras, vestidos de verde e amarelo, espalhados país afora, apreciando, em especial nas grandes capitais, as evoluções de milhares de pessoas que participam dos tradicionais desfiles cívico-militares. E num outro, este em recinto fechado, lá no Congresso Nacional, não aberto ao grande público, mas, ainda assim, contando com a presença de inúmeras figuras do alto escalão dos três poderes, que ali sim, estiveram representados e com assento junto de muitas autoridades que representando seus respectivos países aqui estiveram se solidarizando com os brasileiros em data que, ao menos para eles, conforme demonstraram, era sim de grande significado.

É óbvio que o senhor Presidente da República, houve por bem não aceitar o convite do Parlamento Brasileiro para participar da sessão comemorativa oficial. Talvez, se é que a grande imprensa soube justificar tal ausência, em razão dos anfitriões, presidentes do Senado e da Câmara, haverem se somado aos chefes do Poder Judiciário que, no dia anterior, não compareceram aos eventos que ele preparou com muito cuidado e esmero, e que se deram em Brasília e no Rio de Janeiro, mais precisamente na praia de Copacabana.

Perderam! Perderam a chance de conferir o que pensa a grande massa que mesmo apesar da chuva, como ocorreu em São Paulo, não arredou pé da rua. Deliciou-se, com as apresentações de uma série de tratores, de desfiles de equipamentos de grande porte normalmente operados pelas forças armadas, pela grande movimentação da frota naval pela orla carioca, pelas exibições dos destemidos que compõem a Esquadrilha da Fumaça, pelos saltos dos paraquedistas e de quebra, pela confirmação do próprio presidente, de que: Ele é “imbroxável”. E isto é sem dúvida, algo que nos parece, preocupava e muito àqueles zilhões de brasileiros que como nós ficaram sem entender o porquê de tal afirmação e mais ainda, se isto se escreve com “X” ou com “CH”?

O mais importante agora é sabermos o que pensam aqueles senhores, muitos deles chefes de governo, embaixadores ou, até mesmo os outros figurões que, se deslocaram de seus países para cá e amanhã ou depois, serão por lá, cobrados para justificarem o que aqui encontraram. O que dirão eles? Além é claro de que o país tem um povo que acredita e se diz, liberto, há 200 anos!

Finalizando, até porque aqui não temos a menor intenção de encontrar os culpados por esta zorra total, achamos que a resposta à pergunta título deste desabafo já foi encontrada: Nosso maior problema, nos parece, está no descumprimento do preceito que diz que a harmonia entre os poderes tem que ser respeitada! E isto, minha gente, quando o ego fala mais alto que a razão na cabeça de alguns, não acontece!

Enquanto a Constituição Brasileira, aquela mesma que nos foi apresentada em 1988 for desrespeitada, inclusive por muitos daqueles que deveriam zelar por seu cumprimento, e/ou, enquanto existir chance de reeleição em mandatos consecutivos ou não, a nossa vaquinha ficará atolada e quem sabe, dando leite apenas para aquela turma do tal centrão que, cada vez, mais se robustece! Vejam quantos deles se recandidataram e quanto recurso público dispõe para a costumeira “compra de votos”.

Na polarização atual, na disputa pela presidência, acreditamos que se a gente correr o bicho nos pega e se não, quem sabe o outro nos come. (Aqui, no sentido literal e sem fazermos qualquer menção ao nosso presidente eleito também com o nosso voto e, agora, novamente auto declarado como “imbrochável”).

NR – Relembrando o Datena: “é só no nosso”!
NR – Interoperabilidade define se dois componentes de um sistema, desenvolvidos com ferramentas diferentes, de fornecedores diferentes, porém, podem ou não atuar em conjunto”.

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