A nosso ver uma mudança de comportamento que pode ter contribuído para esse aumento, é o fato de que agora existe a figura do divórcio extrajudicial que desburocratiza os trâmites para o casal que não quer mais viver junto e cuja separação seja consensual.

O número de divórcios no Brasil bateu recorde e chega a 420 mil casos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O aumento foi de 8,6% em 2022 na comparação com 2021, tendo sido constatado um salto de 386 mil para 420 mil. Desse total, 340.459 divórcios ocorreram por meio judicial e 79.580 de forma extrajudicial. Os divórcios judiciais concedidos em 1ª instância corresponderam a 81,1% dos casos.

Pois bem, mas o que isto tem a ver com o título deste arremedo de editorial?  Muito; é a resposta deste escriba que a longo tempo vem observando também outros fatores que podem ter contribuído para o crescimento do número de divórcios. Provavelmente, um deles pode ter sido a adoção pelos casais nas mais diversas classes sociais, de práticas de libertinagem. Isto hoje, têm sido aceito, testado, propagado e incentivado através das redes sociais.

Suruba, trisal – (definido como sendo um relacionamento íntimo entre três pessoas, que pode ser resultado do poliamor) e uma infinidade de “modernidades” tem surgido e são defendidas por figuras de expressão do meio artístico e cultural. Tudo, na maioria das vezes, bancado pelo dinheiro público. Sem dúvida é mais um botão detonador deste acréscimo repentino do número de divórcios, separações ou sabe-se lá o que mais.

Na política, ao que nos parece, a coisa não anda muito diferente! Apesar de vivermos nacionalmente o fenômeno da divisão burramente entendida como antagonistas da esquerda X os da direita; bolsonaristas X lulistas; oposição X situação; e outras mil e uma denominações, a verdade é que:  a bagunça eleitoral acaba fazendo com que as tais ‘organizações partidárias” façam vista grossa ao descumprimento, por parte de alguns da obediência à fidelidade partidária.

Uai, se a premissa acima é verdadeira, se é mesmo pra valer a observância da fidelidade, como é que nós, eleitores e financiadores de toda esta baderna, podemos aceitar e até mesmo aplaudir a veiculação de vídeos protagonizados por deputados, no caso, do PL, pedindo votos para candidatos filiados a outras agremiações?

Um destes, Eros Biondini, por sinal bem votado por aqui na última eleição, não soube sequer vocalizar o nome do candidato a prefeito, por ele defendido em gravação de vídeo.

E o ex-assessor parlamentar de um vereador que trabalha no grupo que apoia a candidatura do ex-chefe ao cargo de prefeito, e foi agora, contratado como assessor legislativo estadual de um deputado mineiro, pertencente ao PL?

Parece que a infidelidade partidária neste partido extrapolou os limites territoriais deste município e estado. A notícia quente de hoje nos da conta de que o ex-presidente Bolsonaro está com um pé fora da canoa do atual prefeito de São Paulo, aplaudindo com entusiasmo apoiando a candidatura do tal Marçal.

É, realmente a prática da suruba partidária faz adeptos país afora. Em véspera de eleição vale tudo, menos perder. Infidelidade já é “coisa nossa”, o importante é vencer, vencer e participar abertamente da divisão da grana que lá em Brasília é conhecida como emenda parlamentar, grana do fundo eleitoral, do fundo partidário ou de centenas de outras benesses distribuídas aos caciques dos três poderes e àqueles por eles abençoados.

Concluindo, por esta e outras razões, imaginamos que por aqui e como de resto no país afora, as RELAÇÕES eleitorais estarão mesmo sendo maculadas pela descarada prática da infidelidade partidária, mas, não por muito tempo! Em dois anos, muitos dos divorciados de hoje, estarão novamente em lua de mel com a turma dos diversos partidos de aluguel, ou não, preparando para se perpetuarem na lista, dizem eles, do povo que os escolhe. Sabe-se lá a troco de que! O que se sabe é que cadeira cativa com validade de 10, 20, 30 ou mais anos, é sim, o combustível que facilita a adoção da suruba eleitoral.

  • Editorial do Jornal Nova Imprensa 

 

 

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