Um homem, de 38 anos, suspeito de matar a facadas o lutador e faixa preta de jiu-jítsu, Thiago Lopes Pereira, se apresentou na delegacia, nesta quinta-feira (8), em Divinópolis.

Segundo a Polícia Civil, ele foi ouvido e teve a prisão temporária cumprida por meio de mandado.

Durante depoimento, o suspeito afirmou que agiu em legítima defesa para defender uma amiga, que teria sido agredida pelo lutador. Entretanto, imagens de uma câmera de segurança analisadas pela Polícia Civil demonstram que não foi caracterizada legítima defesa.

O crime ocorreu no dia 22 de agosto em uma loja de conveniência no Centro. Na ocasião, o lutador teria se envolvido em uma briga, o suspeito pegou uma faca e o atingiu.

Investigação

De acordo com a polícia, o laudo pericial apontou que o golpe atingiu a lateral do peito da vítima. Com isso, o pulmão foi perfurado e o lutador não resistiu.

Diante dos indícios de materialidade e autoria, o delegado da Polícia Civil Weslley Castro representou pela prisão temporária do suspeito, que foi acatada pela Justiça. O investigado tem diversos registros policiais e estava escondido na zona rural.

De acordo com o delegado responsável pelo inquérito, Marcelo Nunes, o procedimento tramita com prioridade e, tão logo concluído, será remetido ao Poder Judiciário.

“Ao final, o suspeito será indiciado por homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e por motivo fútil, cuja pena pode chegar a 30 anos.“ disse.

Quem era Thiago

O lutador e faixa preta de jiu-jítsu, Thiago Lopes Pereira, conhecido como Paraíba foi morto a facada em uma loja de conveniência na madrugada do dia 22 de agosto.

O mestre Iran Brasileiro, conhecia de perto Thiago Paraíba. Era como um pai que ele nunca teve. Começou a treinar o lutador quando ele ainda tinha apenas 17 anos e, desde então, passou a ser mais que um treinador. Iran também foi amparo e acolhimento fraterno.

Com infância sofrida no Nordeste, Thiago era da Paraíba e daí o apelido pelo qual todos o conheciam. Criado sem pai, se mudou para Divinópolis em busca de melhores condições de vida e procurou no esporte uma válvula de escape para traumas internos.

“Paraíba teve uma infância extremamente sofrida e pobre no Nordeste. Quando veio para Divinópolis com a família vivia de ajuda, mas isso nunca interferiu na dedicação dele nos treinos. Ele era cheio de altos e baixos, mantinha muita coisa guardada ali dentro da mente e do peito. Tinha momentos de correção dos rumos, mas também saía da linha. Como um pai, sempre aconselhei que ele largasse as drogas e se não fosse isso, indiscutivelmente ele já seria um campeão mundial, tamanha a dedicação, dom e raça com que ele lutava”, contou o treinador.

Iran conta ainda, que Paraíba passou a vida inteira procurando pelo pai, quem ele nunca conheceu. A descoberta foi recente; mas não houve tempo hábil para que os dois se encontrassem pessoalmente.

“Ele descobriu quem era o pai tem pouquíssimo tempo. Quando o pai dele estava para viajar da Paraíba até Divinópolis e conhecer o filho, ele acabou sendo assassinado a facadas lá no Nordeste. Da mesma forma morreram pai e filho, sem nem se conhecerem”, destacou.

O crime

Testemunhas disseram que no momento do homicídio, haviam diversas pessoas no local e que a vítima teria iniciado uma briga no estabelecimento. Por conta dessa briga, o suspeito que estava armado com a faca, atingiu o lutador no peito.

A perícia da Polícia Civil esteve no local, constatou o ferimento ocasionado pela faca no peito da vítima e colheu dados para apuração do fato. Após os trabalhos periciais, o corpo ficou sob responsabilidade do Serviço Municipal de Luto.

Fonte: G1

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