Um mês após assumir a Casa Branca, o atrito entre o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se aprofundou, após Trump chamar Zelenski de ditador em suas redes sociais. Durante a manhã desta quinta-feira (20), a União Europeia se pronunciou sobre as crítica nessa quarta-feira (19).

Trump chamou Zelensky de “ditador sem eleições” culpando-o por pressionar os EUA a gastar centenas de bilhões de dólares “para entrar em uma guerra que não poderia ser vencida”. Quem também se pronunciou sobre o assunto, foi o Kremlin, que comentou sobre a sugestão britânica de enviar uma força de paz europeia para salvaguardar a segurança de Kiev em caso de um cessar-fogo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia retomará as negociações com os EUA em “todos os parâmetros”, acrescentando que enviar tropas da OTAN para a Ucrânia é “inaceitável”.

Por meses, Zelensky procurou cuidadosamente evitar uma ruptura total com Trump. Semanas anteriores à eleição, ele organizou uma reunião com o objetivo de acalmar um pouco o ceticismo do presidente dos EUA sobre o envolvimento na guerra. Na época, Trump disse que tinha um “relacionamento muito bom” com o líder ucraniano, mas que também desfrutava de um “relacionamento muito bom” com seu adversário em Moscou, Vladimir Putin.

O ucraniano foi defendido por aliados, como os premiês Olaf Scholz (Alemanha) e Keir Starmer (Reino Unido). Nesta quinta, o porta-voz da União Europeia, Stefan de Keersmaecker, disse: “A Ucrânia é uma democracia. A Rússia de Putin, não”.

O Kremlin manteve a pressão com seu ataque noturno, que mirou instalações de gás em Kharkiv (norte do país) e uma estação energética na região de Odessa (sul), que feriram ao menos uma pessoa. Foi o segundo mega-ataque da semana, desenhado para manter pressão sobre Kiev, que disse ter derrubado 80 drones.

Também durante a manhã desta quinta, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia disse que discutiu maneiras de alcançar uma “paz abrangente, justa e duradoura” na Ucrânia com Keith Kellogg, enviado de Trump à Ucrânia que está em Kiev. Em uma publicação no X (antigo Twitter), Andrii Sybiha disse:

Eu afirmei a disposição da Ucrânia de alcançar a paz por meio da força e nossa visão para as etapas necessárias. Eu também reiterei que a segurança da Ucrânia e do transatlântico é indivisível.”

Kellogg deve se encontrar com o presidente da Ucrânia, Zelensky, ainda hoje.

 

Fonte: Talyssa Lima / Itatiaia

 

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