O volume de vendas do comércio varejista brasileiro recuou 0,3% em julho na comparação com o mês anterior, marcando o quarto mês consecutivo de queda. Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, o setor varejista acumula retração de 1,1% entre abril e julho, após ter registrado crescimento pela última vez em março. Já na comparação com julho de 2024, houve alta de 1,0% no volume de vendas, o quarto avanço consecutivo na comparação interanual. No acumulado do ano, o crescimento chega a 1,7%, e, em 12 meses, a 2,5%.

Setor sinaliza perda de ritmo, diz IBGE

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, os resultados recentes refletem um enfraquecimento gradual do setor.

“Desde março, último mês em que houve crescimento, o setor já registra uma queda de 1,1% no patamar de vendas”, explicou.
Segundo ele, esse comportamento indica uma perda de fôlego no curto prazo, influenciada também por um “fator base”, já que março representou o pico da série com ajuste sazonal.

Desempenho por setores mostra equilíbrio entre altas e quedas

O levantamento identificou uma divisão equilibrada entre atividades com crescimento e retração na passagem de junho para julho. Entre os segmentos que apresentaram queda estão:

  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,1%)
  • Tecidos, vestuário e calçados (-2,9%)
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,6%)
  • Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%)

Por outro lado, alguns setores registraram avanço:

  • Móveis e eletrodomésticos (1,5%)
  • Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%)
  • Combustíveis e lubrificantes (0,7%)
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,6%)

O que é a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC)

Criada em janeiro de 1995, a PMC é um dos principais indicadores econômicos do país, monitorando o comportamento conjuntural do comércio varejista brasileiro. A pesquisa avalia a receita bruta de revenda em empresas formais com 20 ou mais trabalhadores, cuja atividade principal seja o varejo.

Além do volume de vendas, a PMC traz dados sobre faturamento real e nominal, pessoal ocupado e remuneração dos trabalhadores do setor.

Apesar de ainda registrar crescimento no ano e nos últimos 12 meses, o comércio varejista brasileiro enfrenta uma sequência de meses negativos, indicando perda de ritmo. A avaliação do IBGE sugere cautela quanto ao desempenho do setor nos próximos meses, especialmente diante da oscilação entre os diferentes segmentos do varejo.

Com informações do Metrópoles

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