A Justiça negou o pedido feito pela Prefeitura de Poços de Caldas (MG) para cortar árvores na avenida João Pinheiro. A administração municipal solicitou o corte de 47 árvores e o transplantio de outras 16 ao longo da avenida, considerada uma das principais da cidade. A Justiça já havia determinado a suspensão do corte de árvores na avenida João Pinheiro.

A decisão do juiz Carlos Alberto Pereira da Silva, da 4ª Vara Cível do município, é devido à falta de documentos que comprovem a necessidade dos cortes. De acordo com o documento, o laudo apresentado “não é tecnicamente confiável e não tem metodologia aferível”.

Ele ainda cita o parecer técnico do Ministério Público, que apontou que o laudo de vistoria não apresentou dados técnicos robustos para embasar as recomendações de corte, e não avaliou as medidas alternativas à substituição das árvores analisadas.

Diante disto, o juiz indeferiu o pedido de corte das árvores. A decisão foi publicada nessa terça-feira (19).

 

Corte de árvores

Árvores que ficam na região da avenida João Pinheiro começaram a ser cortadas em Poços de Caldas neste ano. Os cortes começaram no início do ano e muitas vezes eram realizados aos fins de semana.

Manifestantes chegaram a pregar cerca de 100 cruzes sinalizando a morte das árvores. Em outra ocasião, eles se abraçaram ao tronco de uma árvore impedindo a retirada. Não adiantou. Os trabalhadores voltaram dias depois, de madrugada, e os cortes continuaram sendo feitos.

Ao todo, 20 organizações, movimentos e instituições assinaram um manifesto que pede a paralisação dos cortes até que a prefeitura apresentasse novos documentos e que fosse feita uma audiência para discutir o assunto.

Inicialmente, a prefeitura afirmou que seriam cortadas 70 árvores que apresentavam problema e corriam o risco de cair. Mas ambientalistas e integrantes de grupos contrários aos cortes sempre questionaram esse dado e alegaram que a prefeitura já tinha cortado um número bem maior.

A EPTV, afiliada Rede Globo, teve acesso a um relatório da Secretaria de Serviços Públicos, de outubro do ano passado, que já dizia que mais de 240 árvores podem ser retiradas da avenida.

Um professor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de São Paulo (USP) analisou e contestou um dos laudos da prefeitura, usado como referência para fazer os cortes. O professor concluiu que o laudo não é suficiente para justificar e determinar o corte das árvores e que não segue as especificações corretas.

 

Fonte: G1 Sul de Minas

 

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