Um pinguim da espécie de Magalhães chamou a atenção de banhistas na manhã do último fim de semana ao surgir no mar da Praia do Arpoador, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O animal foi filmado nadando perto da faixa de areia e as imagens rapidamente se espalharam pelas redes sociais.
A presença da espécie no litoral carioca durante o inverno é comum. Originários da Patagônia, os pinguins-de-Magalhães costumam migrar para a costa brasileira em busca de alimento. Durante esse trajeto, alguns acabam sendo levados pelas correntes marítimas ou desorientados até áreas mais movimentadas, como as praias urbanas do Sudeste.
Segundo especialistas, esses animais chegam muitas vezes debilitados ou exaustos. Apesar da curiosidade que despertam, o ideal é não tentar tocá-los, alimentá-los ou colocá-los em baldes com gelo — uma prática comum entre banhistas que pode colocar a vida do animal em risco.
Geralmente, o pinguim que chega ao litoral brasileiro está descansando, o que é natural após longos deslocamentos. Interações humanas podem aumentar o estresse do animal ou causar ferimentos. Em vez disso, a recomendação é acionar o Corpo de Bombeiros ou o PMP (Programa de Resgate de Animais Marinhos), que possui equipes especializadas para esse tipo de situação.
Além disso, a recomendação é manter distância do pinguim e evitar aglomeração ao redor do animal enquanto aguarda os órgãos competentes.
A espécie está classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o que indica uma redução progressiva em sua população. Embora alguns indivíduos consigam se adaptar temporariamente ao novo ambiente, há riscos associados à alimentação inadequada e à presença de predadores.
Há registros de pinguins que passaram dias convivendo com humanos nas praias cariocas, mas especialistas alertam que a sobrevivência a longo prazo fora do habitat ideal depende de vários fatores. Um dos casos citados envolveu um animal que morreu após ingerir baiacus.
Fonte: Maria Dulce Miranda-Estado de Minas