A Polícia Militar apreendeu cerca de 140 engradados, totalizando mais de 3.300 garrafas de cerveja adulteradas, prontas para distribuição, em um galpão alugado no bairro Nossa Senhora de Fátima, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ação ocorreu após denúncias de intensa movimentação de veículos no local.
Segundo os policiais, não há indícios de uso de metanol na adulteração das bebidas.
De acordo com o tenente Marco Antônio Gonçalves, do 66º Batalhão, os suspeitos fugiram pelos fundos do imóvel ao perceberem a chegada dos militares, utilizando uma corda improvisada para escapar. Até o momento, ninguém foi localizado.
“No galpão encontramos todo o maquinário usado na falsificação, incluindo cola, caldeiras, soda cáustica, rótulos de diversas marcas e tampas diferenciadas. Estavam prontos para serem distribuídos, provavelmente para bares da região”, informou o tenente.
O ambiente apresentava som ligado e sinais de atividade intensa, o que indica que a adulteração ocorria de forma organizada. A polícia agora investiga a rota de distribuição das bebidas.
A proprietária do galpão relatou surpresa com o comportamento dos inquilinos. Segundo ela, o aluguel foi acertado verbalmente há cerca de três a quatro meses, pelo valor de R$ 3.500.
“Eles disseram que precisavam do galpão apenas para guardar material, como depósito. Não sabíamos que ocorria nenhuma atividade irregular”, afirmou a mulher, que preferiu não se identificar.
Ela também relatou dificuldades com o pagamento do aluguel. “Pagavam um mês ou dois, depois ficavam atrasados. Agora, com a fuga deles, provavelmente não vai ter mais pagamento. Eles estão devendo dois meses, cerca de R$ 7 mil”, disse.
A proprietária contou que cogitava pedir o imóvel de volta, mas havia combinado com o marido de esperar até dezembro, prazo estipulado pelos inquilinos.
Sobre a movimentação no local, comentou: “Quando a polícia chegou, não fiquei surpresa. Já imaginávamos que poderia ter algo errado. Hoje em dia, vemos isso todos os dias na televisão”.
Apesar do susto, ela reforçou que não há relação com casos de metanol. “Melhor assim, né? Imagina se resolvessem pagar com cerveja adulterada. É perigoso, isso é veneno. Mas aqui não tem ligação com metanol. Mesmo assim, está todo mundo assustado”, concluiu.
Com informações do Itatiaia