Os dois candidatos que foram ao segundo turno da disputa pela prefeitura de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL), gastaram R$ 8,5 milhões nos 22 dias de campanha, de acordo com os relatórios de prestação de contas entregues pelos concorrentes à Justiça Eleitoral.
Apesar de ter saído vencedor nas urnas, o candidato à reeleição, Fuad Noman, recebeu menos recursos no segundo turno do que Bruno Engler. O prefeito teve R$ 2,2 milhões extras na segunda etapa da disputa, enquanto o candidato do PL teve R$ 6,3 milhões a mais para incrementar a campanha.
O valor gasto pelos dois concorrentes no segundo turno só não é maior que o valor empenhado na campanha do terceiro colocado, Mauro Tramonte (Republicanos), que gastou cerca de R$ 12 milhões no primeiro turno. Contudo, é quase o dobro do valor gasto pelo quarto colocado, Gabriel Azevedo (MDB), que teve R$ 4,3 milhões para realizar a campanha, e equivale ao que foi gasto pela quinta colocada na disputa, Duda Salabert (PDT), com R$ 8,5 milhões arrecadados, todos os dados obtidos pela declaração dos candidatos à Justiça Eleitoral.
Total
Somando todo o período eleitoral, os dois finalistas na corrida pela cadeira de prefeito, Fuad e Engler, arrecadaram mais de R$ 44 milhões para os dois turnos na capital mineira. Fuad recebeu R$ 21,7 milhões e Engler R$ 22,5 milhões.
Para se ter uma ideia do que os gastos poderiam representar nas finanças da cidade, o valor é próximo do que a administração municipal prevê gastar com a secretaria de Meio Ambiente ao longo de todo ano de 2025, de acordo com o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que tramita na Câmara Municipal.
Nos relatórios contábeis entregues à Justiça Eleitoral na sexta-feira (25) pelos dois candidatos, ambos concentram os gastos no item “Serviços prestados por terceiros”, que não possui detalhamento. No caso de Engler, foram cerca de R$ 4,6 milhões, ou 21% dos gastos. Já no caso de Fuad, quase metade dos recursos foram declarados no tópico, cerca de R$ 13 milhões, aproximadamente 56% dos R$ 23 milhões gastos pelo prefeito.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) informou que esse tópico pode incluir qualquer tipo de despesa e será avaliado e julgado posteriormente. “É um tipo de despesa genérica, utilizada quando nenhuma dos tipos de despesas específicas se encaixam”, diz a assessoria do órgão. Ainda segundo o TRE-MG, os dois candidatos têm até 16 de novembro para enviar a prestação de contas completa e detalhada.
No ranking de prestadores de serviços, o maior volume de gastos do prefeito reeleito ficou com a empresa de marketing eleitoral Camp2024 Comunicação, com notas apresentadas à Justiça Eleitoral que chegam a R$ 7,4 milhões. Na campanha de Engler, o principal fornecedor foi a Oro Digital, que presta serviços relacionados à comunicação digital, com um valor de serviços prestados declarado em R$ 2,7 milhões.
Na campanha de Fuad, o segundo maior gasto, de acordo com o relatório financeiro entregue, foram as atividades de militância e mobilização, que custaram R$ 2,4 milhões, seguido da publicidade com material impresso, com investimento próximo a R$ 1 milhão.
O candidato Bruno Engler, por sua vez, teve como segundo maior gasto de campanha o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, com R$ 3,3 milhões empregados, seguido do tópico criação e inclusão de páginas na internet, que custou R$ 2,2 milhões ao candidato do PL, apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fonte: O Tempo