Nas três primeiras semanas de janeiro, Formiga registrou 50 casos suspeitos de dengue. Não há registro de casos confirmados nem de óbitos pela doença. Chickungunya e zica também não foram detectados. Essas informações estão no primeiro boletim epidemiológico de arboviroses urbanas deste ano, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta sexta-feira, dia 24.
Segundo os dados, entre as arboviroses, a dengue é a que apresenta maior relevância epidemiológica. “É constituída por quatro sorotipos: DENV – 1, 2, 3 e 4 e a cada ano o seu comportamento evidencia fragilidade a um conjunto de municípios do estado, o que aponta a necessidade de respostas conjuntas para o enfrentamento de surtos/epidemias por arboviroses. A transmissibilidade viral exercida pelo vetor pode ser influenciada por um conjunto de fatores, como a coocirculação viral, a dispersão do vetor, a dinâmica da população, a irregularidade dos serviços de saneamento e as características do local e do ambiente”, explica.
A Secretaria de Saúde faz uma análise dos casos registrados no ano passado. “Assim como no Brasil e em Minas Gerais, os dados de arboviroses aumentaram significativamente em 2024, como já era esperado, o perfil do Índice de Infestação Predial (I.I.P.) e do Índice de Breteau (I.B.) do vetor no município, realizado em janeiro de 2024, apresentaram números alarmantes, com IIP de 7,5 e IB de 9,0, com a média de 8,25 apontando um alto risco de epidemia”, informou.
Sala de situação da dengue
Diante desta situação, a nova gestão da Secretaria de Saúde criou no dia 10 de janeiro a Sala de Situação da Dengue, composta por representantes da Vigilância em Saúde, Atenção Primária, Atenção Especializada e Laboratório, sob a coordenação do secretário de Saúde, Wender Oliveira.
As funções desta sala são: Monitoramento Epidemiológico [analisar os dados de casos suspeitos e confirmados, permitindo a identificação de áreas críticas e de maior risco]; Planejamento de Ações [desenvolver planos de combate direcionados, como mutirões de limpeza, campanhas de conscientização, boletim epidemiológico, controle químico em áreas de infestação e organização da rede assistencial no caso de aumento do número de casos]; Integração Intersetorial [reunir diferentes setores, como saúde, educação, obras e assistência social, para garantir uma resposta articulada e eficiente]; Comunicação Rápida [compartilhar informações com a população sobre medidas preventivas e cuidados em tempo hábil] e Tomada de Decisões Baseada em Evidências [usar dados concretos para priorizar ações e recursos onde são mais necessários]. As reuniões na sala ocorrem toda quarta-feira, das 9h às 11h.
LIRAa
O LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti), que é um método de coleta de dados sobre a infestação do mosquito transmissor da dengue, é realizado trimestralmente em Formiga pelo Setor de Endemias da Secretaria de Saúde. A pesquisa indica os índices de infestação do mosquito, enquadrando a cidade em situação de “baixo risco” (0 a 0,9), “médio risco” (1,0 a 3,9) ou “alto risco” (acima de 4,0).
O primeiro levantamento de 2025 começará na próxima segunda-feira (27). Equipes do Setor de Endemias visitarão imóveis para a realização da pesquisa. “Caso o LIRAa de janeiro venha acima de 6,0, os níveis de resposta aos casos humanos na rede assistencial serão alterados”, pontuou o boletim.
De acordo com a Secretaria de Saúde, as ações em campo de combate ao mosquito já começaram. Na quinta-feira (23), foi realizado um trabalho no bairro Nossa Senhora de Lourdes, com tratamento focal, eliminação de criadouros, mutirão de limpeza e aplicação do UBV costal.
A Prefeitura pede a colaboração da população no combate à dengue e informa que denúncias de áreas sujas e demais assuntos referentes à doença podem ser enviadas pelo e-mail: [email protected].
Fonte: O Pergaminho