Bernardo Van Brussel Barroso, diretor do banco BTG Pactual em Miami e filho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, decidiu não retornar aos Estados Unidos após as sanções impostas pelo governo de Donald Trump a ministros do STF e seus aliados. A decisão foi tomada enquanto Bernardo estava de férias na Europa, em julho, quando o governo americano anunciou a suspensão de vistos para o ministro Alexandre de Moraes e seus familiares, além de outras restrições a aliados da Corte.

Embora não haja informações específicas sobre o visto de Bernardo Barroso, a decisão de não retornar aos EUA ocorreu em um contexto de crescente tensão entre o governo de Trump e o STF. Como medida de precaução, o diretor do BTG optou por permanecer fora dos Estados Unidos. Desde então, ele segue no Brasil.

De acordo com fontes próximas a Bernardo, seu pai, o ministro Roberto Barroso, teria orientado o filho a não voltar ao país, dado o cenário de incertezas gerado pelas sanções. O governo de Trump anunciou as restrições em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF, no qual o ministro Moraes teve papel destacado como relator.

Além da suspensão dos vistos de Moraes, espera-se que outras sanções sejam aplicadas a sete integrantes da Corte. No entanto, até o momento, o anúncio oficial de bloqueio de vistos atinge apenas Moraes, que também foi alvo da aplicação da Lei Magnitsky, que permite a imposição de sanções a indivíduos acusados de violar direitos humanos.

Em defesa do STF, os ministros Barroso e Gilmar Mendes reagiram às ofensivas do governo americano. Durante a abertura do segundo semestre do Judiciário, ambos reafirmaram o compromisso com a soberania do Brasil. Barroso fez referência à ditadura militar vivida no país e ressaltou a importância da democracia atual, enquanto Moraes garantiu que o processo legal contra Bolsonaro continuará sem sofrer interrupções ou pressões externas. “O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito irá ignorar as sanções que foram aplicadas e continuará os julgamentos“, afirmou Moraes.

Com o clima de incerteza sobre as sanções, a decisão de Bernardo Barroso de não retornar aos EUA reflete as tensões diplomáticas e a insegurança gerada pela medida do governo Trump, que continua a afetar a relação entre o STF e autoridades americanas.

Com informações Metrópoles

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