A falta de transporte escolar na Região Metropolitana de BH está prejudicando o acesso à educação de crianças com dificuldade de locomoção. Mães relatam os desafios enfrentados para garantir que seus filhos frequentem as aulas regularmente.

A situação acontece após o governo de Minas descumprir decisões judiciais e suspender o transporte escolar oferecido aos alunos em Ribeirão das Neves.

Juliana Ferreira é mãe da Alana Sofia, de 15 anos, e conta que a menina tem autismo e mobilidade reduzida, sofrendo com dificuldades de aprendizado. Depois de ficar sem o transporte escolar, a adolescente vem sendo ainda mais prejudicada.

“Infelizmente, com a falta do transporte, fica difícil para nós mães, porque a criança necessita desses cuidados. Não só os tratamentos psicológicos, tratamentos físicos, essas coisas. Eles precisam do convívio com outras crianças, dessa socialização, do aprendizado. No entanto, elas ficam à mercê dessa infeliz decisão do Estado de não custear o transporte para nossos filhos”, diz Juliana.

A situação tem impactado significativamente a rotina escolar das crianças. A mesma mãe relatou que sua filha, que antes frequentava a escola regularmente, agora enfrenta dificuldades para manter a assiduidade. ‘Semana passada ela foi quatro vezes, essa semana eu acho que ela só vai uma vez, porque eu não tenho condição de custear todo o transporte’, explicou.

Impacto na socialização e desenvolvimento

A falta de transporte adequado não apenas afeta o acesso à educação formal, mas também compromete aspectos importantes do desenvolvimento infantil, como a socialização e o convívio com outras crianças. As mães enfatizam a importância desses elementos para o crescimento e bem-estar de seus filhos.

A situação é particularmente desafiadora para famílias de baixa renda. ‘Eu sou mãe solo, mãe atípica e não tenho condição’, desabafou a entrevistada, destacando a dificuldade financeira em arcar com os custos de transporte alternativo.

Em resposta à situação, o Estado informou, por meio de nota, que irá se manifestar nos autos do processo. A expectativa das famílias é que uma solução seja encontrada rapidamente para garantir o direito à educação dessas crianças.

 

Fonte: Alice Brito-Itatiaia

 

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