No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado neste sábado (27), o alerta é grave em Minas Gerais: mais de 8 mil pessoas aguardam por um transplante no estado. As maiores demandas são por córneas e rins, com cerca de 3 mil pacientes na fila de espera por esses órgãos.
O principal entrave para a redução dessa fila é a recusa das famílias em autorizar a doação dos órgãos de entes falecidos. Segundo dados do MG Transplantes, quase 50% das famílias com parentes com morte encefálica diagnosticada optam por não realizar a doação.
Diante desse cenário, o MG Transplantes tem investido em ações estratégicas para disseminar informações de forma acessível tanto para profissionais de saúde quanto para familiares de possíveis doadores. A gerente administrativa do órgão, Edileia Gonçalves, enfatizou a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o processo de doação e transplante como forma de salvar vidas.
“Cada doador pode salvar até oito pessoas. Estamos em um momento de criação de políticas estaduais para incentivo à doação, não só como conscientização para a população, mas capacitação e engajamento da equipe hospitalar, até da rede privada, puxando para também conscientizar e levar essas informações para os usuários”, afirmou Gonçalves.
Ela também destacou que todo o processo de transplante no Brasil é 100% financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que mantém o maior programa público de transplantes do mundo. A gerente reforçou a importância de preparar os profissionais da saúde para abordar o tema com sensibilidade e clareza.
“O que a gente leva para os profissionais da área da saúde é saber falar do assunto, organizar o processo para demonstrar essa transparência. E, hoje, nós temos políticas e incentivo estadual para aumentar a doação e a qualidade do transplante realizado”, completou.
A falta de doadores continua sendo o maior desafio enfrentado pelo sistema de transplantes em Minas Gerais. Em meio à espera angustiante de milhares de pacientes, o MG Transplantes reforça a importância de dialogar sobre a doação de órgãos em casa, com a família, e de preparar profissionais para lidarem com esse momento delicado. Como lembra Edileia Gonçalves: “Têm muitas pessoas precisando, muita gente aguardando em lista a oportunidade de continuar sua vida.”
Com informações do Itatiaia