O processo de recuperação judicial tem se mostrado insuficiente para salvar um número crescente de empresas brasileiras. Dados do segundo trimestre revelam que quase 30% das companhias que encerraram o processo de reestruturação acabaram falindo, o maior percentual desde o início da série histórica, em 2023. Este recorde de falências ocorre em meio a um volume também recorde de empresas que buscam a proteção judicial.
O cenário reflete uma crise empresarial mais ampla e intensa. Atualmente, o número total de empresas em recuperação judicial no país atingiu a marca de 4.965, o que representa um aumento significativo de 17,5% em um ano, evidenciando a luta de milhares de companhias para se reerguer.
De acordo com analistas especializados, o principal fator por trás tanto do aumento dos pedidos de recuperação judicial quanto do recorde de conversões em falência é a persistência da alta taxa de juros na economia. Este elemento onera o custo do capital, dificulta o refinanciamento de dívidas e compromete o fôlego financeiro necessário para a reestruturação das empresas.
A crise no setor empresarial, que teve seu início agravado durante a pandemia de Covid-19, continua a se intensificar, mesmo na presença de alguns indicadores macroeconômicos positivos. Isso sugere que a dificuldade de sobrevivência dos negócios é um desafio profundo e estrutural.
Os dados mostram um panorama desafiador para o tecido empresarial do Brasil. Com um número sem precedentes de empresas buscando recuperação judicial e uma fração recorde desses processos terminando em falência, a conjuntura econômica, marcada pelo custo elevado do crédito, segue pressionando fortemente a sobrevivência das companhias.
Com informações The News