Venda de nudes falsos criados com IA em escola particular de BH é denunciada por alunas

Venda de nudes falsos criados com IA em escola particular de BH é denunciada por alunas
Foto: Alex de Jesus/ O Tempo

Fotos pornográficas falsas, criadas por meio de Inteligência Artificial (IA), com o rosto de alunas de uma escola particular de Belo Horizonte, com idades entre 12 e 17 anos, estariam sendo vendidas na internet. A denúncia foi feita nas redes sociais pela influencer Ive Moreira, de 21 anos, que é irmã de um ex-aluno do Colégio Santa Maria. A instituição de ensino foi procurada e lamentou o caso.

Em apenas 16h, o vídeo de quase 8 minutos publicado no TikTok pela jovem foi assistido quase 90 mil vezes somente na plataforma. O TEMPO conversou com a influencer nesta quarta-feira (4 de junho), que detalhou que a situação já vem se arrastando desde 2023, quando fotos reais das adolescentes foram vazadas pelos colegas, também adolescentes.

“Meu irmão saiu da escola no ano passado, mas, como ele ainda tem contato com várias meninas, e eu tenho algum alcance nas redes sociais, elas me procuraram e pediram para fazer essa denúncia para ver se alguma coisa seria feita. Mas isso não é de agora, em 2023 algumas alunas foram expostas e o caso foi denunciado”, detalha.

Desde então, dois dos estudantes envolvidos teriam sido punidos com dois dias de suspensão. Entretanto, na última semana, foi descoberto que a divulgação de imagens ainda estaria ocorrendo, porém, desta vez, com a suspeita, até mesmo, de comercialização de imagens de “deep fake”, quando o rosto das estudantes era colocado via IA em corpos nus.

“Meu irmão saiu da escola no ano passado, mas, como ele ainda tem contato com várias meninas, e eu tenho algum alcance nas redes sociais, elas me procuraram e pediram para fazer essa denúncia para ver se alguma coisa seria feita. Mas isso não é de agora, em 2023 algumas alunas foram expostas e o caso foi denunciado”, detalha.

Desde então, dois dos estudantes envolvidos teriam sido punidos com dois dias de suspensão. Entretanto, na última semana, foi descoberto que a divulgação de imagens ainda estaria ocorrendo, porém, desta vez, com a suspeita, até mesmo, de comercialização de imagens de “deep fake”, quando o rosto das estudantes era colocado via IA em corpos nus.

“Desde que isso aconteceu (vazamento de imagens) as meninas restringiram o acesso ao Instagram por alguns dos envolvidos. Porém, ele tem amigos, que entram nas redes dessas meninas e pegam as fotos de biquíni, de pijama, ou até qualquer foto, e fornecem para esse menino. Aí ele transforma elas em nudes e chega a comercializar essas fotos”, denunciou Ive.

As imagens incluíam alunas adolescentes de pelo menos duas unidades do tradicional colégio. Apesar de novas denúncias feitas pelas estudantes, segundo a tiktoker, a escola não teria adotado nenhuma medida ou acionado a polícia sobre os crimes.

Procurado, o Colégio Santa Maria lamentou o ocorrido e informou que desenvolve “sistematicamente” atividades educativas sobre o uso ético e responsável da tecnologia, o que contemplaria “medidas de prevenção e combate das diversas formas de violência que ameaçam crianças e adolescentes, no mundo concreto e no ambiente digital”.

A instituição alegou ainda que já adota medidas pedagógicas e jurídicas, como: acolhida e escuta das vítimas e de seus familiares; convocação e escuta do suposto autor e seus familiares; aplicação de medidas disciplinares conforme o Regimento da Instituição; intensificação de atividades formativas nas turmas do ensino médio sobre bullying e suas consequências jurídicas; o Conselho Tutelar, Ministério Público e Delegacia de Crimes Cibernéticos serão comunicados sobre o ocorrido.

“O Colégio Santa Maria Minas lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro, acolhedor e pautado pelo respeito mútuo. Todas as providências estão sendo tomadas com responsabilidade e transparência, em consonância com os valores institucionais e a legislação vigente. A instituição permanece à disposição das autoridades competentes e das famílias envolvidas para esclarecimentos e encaminhamentos necessários”, concluiu.

Imagens podem estar sendo vendidas para adultos

Apesar dos crimes estarem sendo cometidos por estudantes menores de idade, os conteúdos com imagens íntimas das adolescentes podem ter chegado até adultos. A suspeita ocorre após a comercialização destas imagens por meio de um aplicativo de mensagens ter sido descoberta.

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