Após alegar complexidade nas apurações, a Polícia Civil de Minas Gerais solicitou à Justiça nessa segunda-feira (7) mais 30 dias para concluir o inquérito sobre a rocha que se desprendeu de um cânion e matou 10 pessoas em Capitólio no dia 8 de janeiro. Nesta terça-feira, o acidente completa um mês.

O foco da apuração é tentar entender o que provocou o deslocamento da rocha e, principalmente, se era possível ter previsto a tragédia com 10 mortes. Todas as vítimas foram identificadas pela Polícia Civil. Um vídeo mostra o momento em que a rocha atinge as lanchas.

Pedido de prazo

Em entrevista nesta segunda, o delegado Marcos Pimenta, que preside as investigações, disse que 50 pessoas já foram ouvidas dentro do processo, perícias no local da tragédia e nas embarcações já foram realizadas e os laudos estão sendo aguardados.

“Já consta no bojo do inquérito policial as 50 oitivas, incluindo testemunhas, turistas, empreendedores, representantes do poder Executivo de municípios da região, engenheiros, dentre outros. Também estão presentes no inquérito solicitações de informações técnicas ao Supram [Superintendência Regional de Meio Ambiente], IEF [Instituto Estadual de Florestas], Igam [Instituto Mineiro de Gestão das Águas], DER [Departamento de Estradas e Rodagem], Marinha do Brasil, Prefeitura de Capitólio, Crea [ Conselho Regional de Engenharia e Agronomia], dentre outros. Um grupo de peritos da Polícia Civil de Minas Gerais com a utilização de apoio aéreo também esteve presente na região e realizou os trabalhos técnicos, os quais encontram-se em fase de conclusão e serão juntados ao inquérito policial, tão breve findados”, detalhou.

Diante do vasto material para apuração do caso, o delegado fez o pedido de 30 dias para concluir o inquérito.

“Diante da complexidade dos fatos e da necessidade de aguardar os laudos, bem como de esmiuçar a vasta documentação angariada, a Polícia Civil pleiteou a dilação de prazo por 30 dias perante o poder judiciário de Piumhi”, pontuou o delegado.

Mais sobre a investigação

Desde o início as investigações, os trabalhos estão pautados na ciência e, por isso, polícia tem buscado apoio de especialistas, como mencionou o delegado. Várias instituições têm fornecido material de apoio para o inquérito policial.

“O foco não é procurar culpados e, sim, respostas para que se evite, se for possível, que outras placas caiam”, ressaltou o delegado.

Marcos Pimenta afirmou que será investigado se houve alguma ação que provocou a aceleração da ruptura da rocha e, caso isso tenha ocorrido, ao fim do inquérito haverá indiciamento. Mas de acordo com ele, ainda é cedo para apontar eventuais responsabilidades.

Para a realização de análises das causas do acidente, segundo o delegado, a polícia entrou em contato com a Sociedade Brasileira de Geologia e também com professores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), além de outros especialistas.

Fonte: G1

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