Um deputado regional e empresário do ramo de salsichas, que criticou a invasão russa da Ucrânia e depois negou ter feito o comentário, morreu depois de cair da janela do terceiro andar de um hotel de luxo na Índia.
Pavel Antov era membro do partido Rússia Unida, o mesmo de Vladimir Putin, e era multimilionário, pois era fundador de uma das maiores fábricas de salsichas da Rússia.
Sua morte é a última de uma série de casos obscuros envolvendo magnatas russos desde o início da invasão à Ucrânia, muitos dos quais criticaram abertamente a guerra.
Antov estava em uma viagem para comemorar seu aniversário de 66 anos quando foi encontrado deitado em uma poça de sangue do lado de fora do Hotel Sai International em Rayagada, um distrito no estado de Odisha, no sul indiano.
Um policial disse à rede indiana NDTV que a suspeita é de que ele se matou depois de ficar deprimido com a morte de um amigo que o acompanhava.
Este amigo, Vladimir Bidenov, foi encontrado inconsciente em seu quarto no primeiro andar do hotel na quinta-feira (22), cercado por garrafas de vinho vazias, de acordo com o jornal britânico “Telegraph”.
O superintendente Vivekananda Sharma, da polícia de Odisha, disse que Budanov sofreu um derrame e seu amigo “estava deprimido após sua morte e também morreu”. O cônsul russo em Calcutá, Alexei Idamkin, disse à agência Tass que a polícia não viu um “elemento criminoso nesses trágicos eventos”.
O guia turístico Jitendra Singh disse a repórteres que Budanov pode ter “consumido muito álcool, porque tinha garrafas de bebida”.
Pavel Antov era fundador da fábrica de processamento de carne Vladimir Standard e, em 2019, a Forbes estimou sua fortuna em cerca de US$ 140 milhões, o que o colocava no topo da lista de legisladores e funcionários públicos mais ricos a Rússia. Antov foi presidente do comitê de agricultura da legislatura da região de Putin.
Em julho, ele postou uma história em seu WhatsApp criticando os ataques com mísseis da Rússia a Kyiv como “terrorismo”.
Ele estava se referia a relatos de uma garota que havia sido retirada dos escombros depois que sua casa foi bombardeada.
Pouco depois, Antov pediu desculpas pela postagem, alegando que a mensagem havia sido escrita por outra pessoa. Ele disse que era “um apoiador do presidente e patriota” e “compartilhava dos objetivos” da invasão do Kremlin à Ucrânia.
Desde o início da invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, ao menos oito casos similares já foram registrados – na maioria dos casos, os oligarcas tinham algum tipo de desavença com o governo russo, e a causa das mortes divulgadas foi a de suicídio.
Fonte: G1