O paciente Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, morreu nessa sexta-feira (23), quatro dias após uma sessão de quimioterapia em Belo Horizonte. De acordo com a filha dele, Carolina Araújo, o idoso, que estava em tratamento em um departamento de oncologia, recebeu uma dosagem excessiva da medicação para tratamento do câncer na última segunda-feira (19), o que agravou o quadro de saúde dele.

O sepultamento de Nilton está agendado para a final da manhã deste domingo (25), na quadra Flamboyant do Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, Região Norte de BH. O velório ocorrerá das 7 às 11h, seguido por um cortejo fúnebre.

Nilton fazia tratamento desde março. Ele foi diagnosticado, em dezembro, com mieloma múltiplo, câncer que atinge a medula óssea. Segundo a denúncia da família, o paciente recebeu em uma única sessão a quantidade correspondente a aplicações de um mês e, por isso, teria falecido.

A doença provoca descalcificação dos ossos, o que leva a fraturas e lesões frequentes. “Até sentado ele pode quebrar algum osso. Nós descobrimos a doença um dia que ele fraturou a coluna”, conta Carolina. Ela acompanhava o pai em todas as sessões de quimioterapia e consultas médicas. “Toda semana a gente tinha de ir à clínica”, explica.

Segundo ela, o pai deveria ter recebido uma dose do medicamento intravenoso Bortezomibe. Durante a consulta, ela percebeu que o enfermeiro havia preparado quatro ampolas para aplicação, sendo que a prescrição é de uma por semana. “Cheguei a questioná-lo, mas ele afirmou que estava fazendo a aplicação corretamente”, diz ela.

Posicionamento do departamento

Foi divulgada, na manhã deste sábado (24), uma nota lamentando a morte de Nilton. A operadora de saúde afirmou que também abriu uma investigação sobre o caso do paciente “com o objetivo de compreender todas as circunstâncias envolvidas e apurar fatos e responsabilidades”. Leia a nota na íntegra:

“A M.S lamenta profundamente o ocorrido e informa que está conduzindo uma investigação detalhada sobre o caso do paciente Nilton Carlos Araújo, com o objetivo de compreender todas as circunstâncias envolvidas e apurar fatos e responsabilidades.

Assim que apresentou reações adversas durante a quimioterapia, o paciente foi imediatamente transferido para um hospital de referência para receber os cuidados necessários, com acompanhamento permanente de sua condição de saúde e com a máxima urgência que o caso demandava. Apesar dos esforços, o paciente veio a óbito nessa sexta-feira (23).

A equipe manifesta seu imenso pesar e sua solidariedade, fornecendo apoio integral aos familiares, e reitera que tem como premissa seguir rigorosamente todos os protocolos estabelecidos para assegurar a integridade e a segurança de seus pacientes.”

 

Fonte: Estado de Minas

 

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